sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Tenho me sentido triste


Tenho me sentido triste. Angustiada, chateada... Tenho olhado pra trás e buscado fatos que deixei escapar, lamentando o que eu poderia ter feito e não fiz... E tenho me sentido triste com certos problemas familiares. Que eu busco fugir, mas acabo entrando em cena sem ao menos querer.
Também tenho me sentido muito sozinha. E sei bem como era pra ser o contrário. O quanto eu deveria estar feliz por estar gerando uma vida. Não que eu não esteja feliz, porém a solidão está me incomodando e não deixando curtir minha gravidez.   Sempre lembro o tipo de pessoa que sou, difícil, quieta, fria, tímida. Nunca consegui fazer amizade de verdade, aquela que você se sente bem íntima da pessoa, que vá a casa dela sem ligar, que liga tarde sem se preocupar, que conta os problemas sem culpa. Essa única pessoa que tenho está longe, quando eu mais preciso. E todas tentativas são em vão. Me vejo muito sozinha e querendo uma atenção que não ganho. Às vezes sinto que superei isso, e que quando namoramos sério, no meu caso noivar e juntar; esquecemos um pouco das amizades e passamos a se dedicar a vida a dois. Só que de um tempo pra cá, percebi o quanto isso é ruim pra nós mesmo, na vida pessoal. Não ter com quem sair pra curtir um sábado em casais ou entre amigos, não pode passar um fim de semana na casa de colegas distraindo e jogando cartas. Eu sei lá.
Semana que vem volta às aulas, e na faculdade é cada um por si. Fiz algumas amizades, mas nada tão íntimo e creio que esse tipo de amizade que procuro venha da infância, adolescência, e se torna difícil cultivar depois de uns tempos se eu não correr atrás. Como freqüentar lugares. Uma igreja, um curso, um salão, academia. Sei lá.
Tenho me sentindo triste. Por tantos outros motivos. Por eu não saber se existe medo da vida, que não tenha medo de ficar sempre do meu lado, que me apóie independente da ocasião. Que se abra e converse comigo. Mas sinto que ta tudo muito superficial. Um ‘oi tudo bem’ basta ultimamente. Eu gosto dos detalhes, gosto de saber se tem algo incomodando, algo errado, mesmo que pequeno e que digam “isso passa, não irei comentar”.  Gosto de transparência. Quando estou mal, só de olhar pra minha cara já dá pra perceber. Gostaria que fosse assim sempre e com todos. Ler mentes ainda não é possível. E continuo achando que está tudo bem sempre, mas creio que não é bem assim. Sei que todo ser humano possui sentimentos, possui seus medos, dúvidas. E o quanto eu gostaria que isso fosse compartilhado, você não sabe... Se eu não falo, não há falas. Já é fato.
Tenho me sentido entediada.  Não tenho a quem culpar a não ser eu. Meus pais não têm culpa por não me poderem deixareu viajar todo mês, sair pro cinema todo sábado... Ninguém tem culpa, a vida funciona assim, uns podem, outros não. E claro que entendo a situação. Claro que não quero ninguém falando que tem que me bancar. Há tantas coisas que não envolvem o dinheiro. Mas sinto que estou cada vez mais trancada dentro de casa. Uma caminhada num dia bonito é boa, uma ida a praia no calor é bom, surpresas, sei lá. Nunca disse que pra se divertir é preciso de dinheiro. Porém em todas as ocasiões eu que sempre decido tudo, nunca sou surpreendida. Nunca tem uma onda que me leve. Algo simples e natural, nada forçado. Acho a falta de amigos se encaixa aqui também.
Tenho me sentindo com medo de não conseguir acompanhar o ritmo da faculdade, não quero depender de ninguém pro resto da vida, quero poder dar coisas boas a minha filha. E justo agora que estou grávida não posso trancar faculdade se não perco a bolsa integral, os testes e provas caem justo na DPP.Passei pra faculdade federal do RJ e não fui. Não fui por amor, por amar. Por não querer perder e me distanciar de uma pessoa que me faz tão bem. Tive chance de ir, morar com amiga, morar em república. Mas não fui, e foi essa minha opção. Um dos meus sacrifícios. Que muitos veem e não entendem porque fiz isso, acham burrice eu largar uma oportunidade tão boa. E tem quem não reconheça isso. Mas fiquei, foi uma escolha minha, nada forçado. E que digo, boa. Pois se eu tivesse ido, eu teria Isabela agora? Enfim, também não posso trabalhar... Só quero que tudo fique bem.
Achei que estava bem, mas não estou. Esses problemas de família, a falta de comunicação me mata! Fofoca também. Me matam! Me deixam com os hormônios pulando. Eu não poderia estar me sentindo assim em plena gravidez, mas estou. Meus planos estão se afundando, não consigo aproveitar minha filha na barriga, e nem sei no fim das contas de quem é a culpa. Só sei que tem muita coisa pra mudar e que eu realmente espero que mude. Se não, ‘sei lá’.

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