domingo, 13 de janeiro de 2013

Sobre a violência na gravidez

Hoje estou com 19 semanas e 2 dias, graças a Deus.
Dia 6 de janeiro aconteceu uma coisa horrível comigo e meu noivo, e hoje me sinto preparada pra compartilhar, afim de fazer pessoas que sofram denunciar.
Estávamos saindo para ir ver o show da cidade, que iria ser na praça do porto, mas estava atrasado e decidimos caminhar e conversar até o show começar. Não pensamos muito que seria perigoso por estar tarde pois a cidade estava cheia por conta da festa.
Fomos caminhando devagar até o aterro, queríamos ir até a costeirinha e voltar, mas estava muito deserto e então eu pedi pro Glauco pra voltarmos. E assim fizemos, damos a volta e caminhamos devagar para a praça de novo. No meio do caminho, bem entre aquela nova "pracinha" e o aterro, primeiro campinho depois da costeirinha, um cara muito doido, alto, cabelo curto, mas enrolado, com um olho gigante (tenho certeza que era da droga) começou a gritar conosco, falando que ia matar o Glauco, que não tava brincando com a gente. Já fiquei apavoradíssima, morrendo de medo. O Glauco começou a falar que não estava falando ou mexendo com ele e continuamos andando rápido. O maluco continuou vindo atrás, tirou o chinelo e tentou bater no Glauco com o chinelo algumas vezes gritando e apavorando. Glauco ficou bolado e quase partiu pra cima do cara, eu segurando seu braço chorando falando pra gente ir embora; e o Glauco dizendo: me solta, amor! E eu não sei de onde tirei força, mas não o soltei, fiquei o puxando pra irmos andando embora. Mas o cara era louco, não parava de tentar nos bater. Ai eu fiquei desesperada, chorando, com falta de ar. O maluco saiu, pegou um pedaço de bambu velho, não me lembro direito de onde ele pegou aquilo, o nervosismo era tanto que eu não lembro. Ele veio com o bambu pra cima, e o Glauco: tá maluco? minha mulher tá grávida. Só sei que não vi mais nada, só lembro do cara dando com o bambu na gente, o Glauco não se machucou, mas o bambu acertou em cheio minha perna. Na hora não senti dor.
Deus é pai e nos ajudou, Roze, uma amiga de minha mãe passou de carro com seu marido e ficou olhando surpresa pra ver o que tava acontecendo, eu gritei socorro chorando muito, e ela nos deu uma carona. O maluco saiu correndo e se escondeu. E eu entrei no carro chorando muito, com falta de ar ... O cara do carro tentou cercar esse doido, mas ele se escondeu no matagal e não o achamos. Na hora eu não queria ve-lo, queria ir embora, tinha medo de acharmos e ele estar armado, com pedra, eu sei lá. Então a Roze nos deixou na praça e fomos embora andando, eu ainda chorando muito. Depois que nos acalmamos pensamos em muitas coisas que deveríamos ter feito. Por exemplo, queria mesmo que pegassem ele e levassem na delegacia. Eu fazia questão de buscar o bambu que ele me bateu e ir fazer corpo delito. Ou usar meus dotes de muay thai e ajudar o Glauco a bater nele. Mas o que me limitou e me amedrontou foi o fato de eu estar grávida. Isso me impediu de tudo, e cá entre nós, na hora ficamos tão nervosas, que não pensamos nisso. Fico imaginando o quanto Deus me protegeu, aquele bambu podia acertar em qualquer lugar do meu corpo, até na minha barriga...
Só sei que não consegui dormir direito de noite, chorando muito. Minha perna? Ficou muuuuuito dolorida, com um roxo enorme e chegou até ficar furada com pouquinho de sangue. Enfim, deixei passar esse episódio, até hoje.
Contei aos meus pais no dia seguinte e eles ficaram furiosos. Queriam achar o cara e bater nele bastante, depois levar na delegacia. Mas seria impossível achar esse doido. Que nada! Hoje meus pais sairam pra dar uma voltinha na rua e encontraram a Roze, que me ajudou. Ela contou a eles o que aconteceu e disse que o cara estava lá na praça. Pra que! Meu pai é faixa PRETA em karate. Imagine só!
Meu pai viu o cara vindo no cais e foi andando na direção dele, cabela baixa, como não queria nada. Quando ele passou, meu pai esbarrou nele com toda força "propositalmente". Ele quase caiu naquelas pedras do cais, meu pai disse que ele é muito forte, pois o que segurou ele foi o chinelo, ele colocou todo o peso dele no chinelo e voltou. E começou a tirar com meu pai: tá maluco tio? e começou a fazer ceninha, meu pai: desculpa, foi sem querer! kkkk O cara pegou um pedaço de madeira no chão com uns pregos na ponta e ficou ameaçando, meu pai disse que nessa hora pediu muito pra ele avançar, mas o cagão não foi pra cima do meu pai. Enfim, ele e minha mãe foram andando embora, mas o cara pegou um pedaço de pedra enorme e foi seguindo eles. Quando minha mãe e meu pai chegaram em frente o mercado Esal, o cara estava super perto. Meu pai mandou minha mãe se afastar que ele ia "resolver" as coisas. O cara foi pra cima do meu pai, entre aspas, ele tava morrendo de medo. Meu pai falou vem pra cá, e indo pra cima dela devagar esperando.. Minha mãe se meteu na frente do meu pai e foi pra cima do cara quase batendo nele gritando: você é um covarde, bateu na minha filha grávida! isso não vai ficar assim.
Nessa altura, todo mundo do mercado e da rua ficou em volta, ligou pra polícia. Até o segurança do Esal queria pegar o cara com meu pai. E minha mãe estava quase tacando uma daquelas cadeiras do Max burguer na cara do maluco. Só sei que do nada o cara sumiu, ninguém viu ele saindo. Nenhum policial foi lá, mesmo com as pessoas ligando...
Meu pai foi um herói. Imagine se meu pai fosse pra cima dele, esse maluco tava perdido, pois meu pai luta karate, é faixa preta; porém nunca bateu em ninguém, ele é muito forte e diz que não sabe medir força de seus golpes, por isso ficou com medo de bater no cara e apagá-lo sem querer. Pois na hora, o sangue sempre ferve. Enfim, meu noivo também agiu corretamente naquele dia 6, se ele tivesse ido pra cima do cara, se eu soltasse o braço do Glauco, eles iriam brigar feio, ter porradaria e eu não ia aguentar. Ia perder o bebê com certeza...
Bom, serve de lição pra casais que andam muito sozinhos, serve de lição pra qualquer um. As pessoas são doidas. Nunca vimos o sujeito na vida, nem olhamos pra ele e ele veio pra cima! O mundo está cada vez pior.
Graças a Deus estou com saúde e minha fillha também.

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